A frase do post foi do meu filho de 4 anos, e acredito
que permeia o imaginário de outras crianças da mesma idade.
Crianças pequenas como ele estão em dúvida do que está
acontecendo de fato, afinal nunca precisamos ficar tanto tempo dentro de casa, sem
poder descer para brincar na piscina, na quadra, ir à praia ou mesmo tanto
tempo sem visitar a vovó. A ideia que seriam férias, já não é aceita mais.
Pensamentos como esse do Miguel, são comuns e precisam
ser acolhidos e entendidos com muita calma.
Estamos inundados de tantas informações e por vezes nos
perdemos.
Minha dica, é apostar nas atividades lúdicas para
explicarmos e sermos entendidos, minha sugestão inicial é:
?Imprima
esse texto (@mindheart.kids)
disponível em https://660919d3-b85b-43c3-a3ad-3de6a9d37099.filesusr.com/ugd/64c685_90d309886ee74ee598b0a4f81f3f3a26.pdf
e faça com a(s)
criança(s). São informações sobre o que é o vírus, do que ele gosta e como nos
proteger dele, tudo em formato de historinha interativa.
?Outra
sugestão super bacana e também interativa é o livrinho virtual “xô
coronavírus”, no @materiaispdg, disponível no blog
https://materiaispdg.blogspot.com/2020/03/livrinho-informativo-e-jogos.html, em
que a criança vai brincando e com auxílio de um adulto é possível dar
significado ao que está acontecendo.
Essas dicas servem também para
crianças maiores, mas aproveite para explorar um pouco mais seus sentimentos e
emoções diante dessa situação. Legitime seu sentimento, transmita calma e se
referir medo, de nada adianta dizer que o vírus não vai fazer nada, por
exemplo, senão o porquê de tanta mobilização?
A Unicef divulgou oito
dicas para os pais, que são fáceis de serem aplicadas no dia a dia. Confira:
1. Faça perguntas
abertamente e ouça a criança.
2. Seja honesto(a): explique
a verdade de uma forma que a criança entenda.
3. Mostre à criança como
proteger ela mesma e seus amigos.
4. Ofereça segurança.
5. Verifique se elas estão
sendo estigmatizadas ou espalhando estigmas.
6. Procure quem pode ajudar.
7. Cuide de você.
8. Encerre as conversas com
cuidado.
Além do que precisamos fazer, é
preciso atenção também para o que os pais não devem fazer:
?
Não vamos apavorar as
crianças:
orientar sobre importância dos cuidados de higiene, sim. Isso é legitimo, e
necessário. Regras de etiqueta, como tossir no cotovelo, serão usadas hoje e
sempre, lavagem das mãos também, mas cuidados com os excessos, não vamos
exagerar dizendo muitas vezes que “o vírus é do mal”, “lave as mãos senão o
vírus vai matar”
?Não use o vírus como ameaça para conseguir com que a
criança te obedeça em situações rotineiras, como por exemplo: “coma tudo senão
o Coronavírus vai te pegar”, “vá tomar banho senão o vírus vai te pegar”
?Lotar
a casa de álcool gel, comprar todo o papel higiênico do supermercado, falar de
forma excessiva que precisamos de estocar alimentos, “não sabemos o dia de
amanhã”, “pode faltar comida”, “pode faltar”, “pode faltar”... É um problema em
tempos que precisamos exercitar empatia e principalmente demonstrar empatia
para as crianças.